KARATE WADO KAI




video raro do mestre hironori otsuka aos 90 anos fazemndo uma demontração de seu belo estilo junto com seu filho jiro otsuka

 O KARATE WADO E SEU FUNDADOR

Mestre Hironori Otsuka, fundador do estilo Wado, nasceu a 1 ° de Junho de 1892 em Ibaragi, Japão Aos seis anos de idade começou a treinar jiu-jutsu sob a orientação do Mestre Tatsusaburo Nakayama, do estilo Shínto Yoshin Ryu, aos 29 anos é graduado mestre e escolhido para ser seu sucessor.
No ano seguinte iniciou na prática do karatê e especializou-se no tratamento de fracturas. Em 1934 funda o Wado Ryu Karatê Jutsu e o Wado Ryu Jutsu Kempo. Seis anos mais tarde acrescentou à suas criações o Karatê Wado Ryu, primeiro estilo verdadeiramente japonês, fundando a organização Wadokai.

Entre outras inovações, criou Jiu-Kumite (combate-livre), através do estabelecimento de métodos de aplicação da técnica aprendidas no treino formal em situações de luta bastante próxima do real. Por suas contribuições às artes marciais foi condecorado, pelo governo japonês, com a quinta ordem do mérito (cordão do sol nascente) e a Federação Internacional de artes Marciais concedeu-lhe o Décimo Dan em karatê-dô, status até então atingido por
Kyuzo Mifune em judô e Hakudo Nakayama em Kendô.
O grande mestre Hironori Otsuka faleceu à 29/01/82 aos 90 anos de idade quando ainda praticava e ensinava o seu belo e popular estilo, já difundido em todo o mundo, principalmente entre os estudantes universitários. Sob o aspecto técnico o Wadô-Ryu se diferencia de outros estilos por apresentar a fusão das técnicas de karatê e jiu-jutsu com a predominância para a utilização de esquivas e nagewaza (projecção) ao invés da defesa por bloqueio direito. O ataque se processa simultaneamente à defesa aprovei¬tando a própria força do adversário de forma a se obter o máximo de eficiência com dispêndeio de energia mínimo. O princípio dos movimentos são em sua essência naturais, já que foram baseados no instinto de defesa do homem.


video demonstração de jiro otsuka filho do fundador


Existe uma filosofia do karatê?

A resposta mais frequente para essa pergunta, seja dada por professores, alunos e até mesmo por leigos, é
sim. Mas quando se deseja saber um pouco mais e se aprofunda a questão indagando qual é essa filosofia e
como ela é aprendida, as respostas ficam vagas e variam enormemente. Raramente vai se encontrar duas
 pessoas que concordem na explicação sobre qual a "filosofia do karatê".
E se não sabe, não vai ser capaz de entender a resposta.
A melhor resposta ouvi para essa questão foi dada por um professor japonês a um neófito. Ao ser indagado directamente sobre quando ele, o neófito, iria começar a aprender a "filosofia do karatê", o sábio mestre
respondeu: "Você já começou". Atónito, o aluno não parou para reflectir e retorquiu com certa prepotência:
 "Então, devo ter faltado nessa aula, pois eu ainda nada sei sobre a filosofia do karatê". E o professor, pacientemente, disse: "Treine e um dia você vai saber". Aí está. Essa é a filosofia do karatê: o treinamento,
a prática, a persistência de procurar sempre a resposta para essa pergunta. O buscador sincero, que se
interessa em saber qual a filosofia do karatê, terá que percorrer um longo e árduo caminho na sua procura
pela resposta. E com isso aprenderá persistência e tenacidade. Terá de enfrentar difíceis provas e testar sua coragem. E com isso aprenderá o auto-conhecimento, investigando seu interior e conhecendo suas próprias fraquezas, tentando sempre superá-las. Terá que esperar muito pela resposta. E com isso desenvolverá a
. Será vencido inúmeras vezes por lutadores mais avançados e mesmo por principiantes. E com isso
exercitará a humildade. Terá de ser íntegro, pois a virtude não se disfarça e, dentro de um dojo — através de
 seu comportamento — uma pessoa se torna transparente como um cristal. E todos saberão como ele verdadeiramente é. Terá se superar a dor física e, às vezes, a dor moral. E com isso aprenderá o
auto-controle. E haverá um dia, se ele conseguir aprender todos esses ensinamentos, que passará a ensinar.
E aí então, ele vai aprender ainda mais lições de humildade e altruísmo. Conhecerá uma satisfação interior,
sincera, plena, fruto da percepção de que está contribuindo para o aprimoramento e desenvolvimento dos
outros.
E se essa pessoa tiver a suprema felicidade de se tornar um guerreiro, ele não mais precisará perguntar,
pois as respostas brotarão de seu interior e ele, finalmente, saberá que a filosofia da artes-marciais é expandir
 seus limites e aprender constantemente a vencer a sí próprio. Descobrirá ainda que essa filosofia não é apenas
do karatê, mas de qualquer ativida-de na vida. E o caminho é a prática.

 O que é Karatê?
Como podemos defini-lo?

Karatê é uma arte-marcial japonesa. E uma forma de luta, na qual o praticante utiliza seu próprio corpo — mãos, pés, cotovelos e joelhos — como arma. A palavra Karatê é uma palavra composta que traduzida do japonês, significa "mãos vazias", isto é, sem armas. Mas a palavra "vazio" precisa também ser entendida pelo seu significado "ZEN", confirmando-lhe maior profundidade. Diz um antigo ensinamento "ZEN" "Seja vazio como um bambu oco, e o sopro do espírito fará de ti uma flauta" É o vazio interior, o domínio do ego que conduz ao conhecimento superior. Não é sem motivo que as artes-marciais quase sempre foram criadas e sistematizadas por monges. As formas de combate humanas são tão antigas quanto o próprio homem. Os homens primitivos certamente tiveram formas instintivas de defesa contra animais "na luta pela sobrevivência!' Muitos acreditam que o Karatê é originário da China. Na realidade, porém, teve suas origens na índia. Mesclado de estilos de lutas da Pérsia, China, índia, e baseado nas observações dos movimentos dos animais. Não podemos separar a arte de lutar, do desenvolvimento espiritual. O precursor do Karatê foi o mesmo que fundou o Zen-Budismo da índia. O nome dele é Bodhi-Dharma, por volta do ano 520 A.C. Muito conhecido no Oriente, foi convidado pelo imperador chinês da época, para levar seus conhecimentos à China. Mas foi no Japão mais precisamente numa ilha do sul, Okinawa que o Karatê foi definitivamente sistematizado como a luta das mãos livres, ou melhor, sem armas.
A história conta que o Rei Hasshi, para evitar as revoltas, proibiu o uso de armas. Isto fez com que o povo retornasse com ardor ao aprendizado das técnicas de combate sem armas. Foi nesta fase que houve uma renovação das formas de combate. Surgiu então o Okinawa-te. Nesses tempos, os treinamentos eram secretos e os alunos escolhidos treinavam firmemente e, como as armas era proibidas, procurava-se fazer com que as mãos e os pés fossem armas tão perigosas quanto as convencionais. Aprimora-se a técnica, e começa-se a utilizar também joelhos, cotovelos e procura-se aumentar, cada vez mais, a velocidade. O Karatê moderno foi aprimorado e divulgado por Funakoshi em 1916, após estudar muitos anos na ilha de Okinawa. A partir daí, surgiram os grandes estilos de Karatê. Mas basicamente a filosofia e a luta são as mesmas, variando um pouco somente a forma. Após a segunda guerra, o Karatê espalhou-se para o mundo.

O Karatê é "Budô". Budô é uma palavra japonesa que significa: "O caminho das Artes Marciais". Para os orientais, trilhar um caminho significa a busca inatingível da per feição. Karatê-do, o caminho das mãos vazias. O Karatê busca o equilíbrio físico e espiritual, e dá ao seu praticante grande poder físico que só deve ser usado em situações extremas. Por outro lado, dota o praticante de um grande auto controle de seus atos. Desenvolve além de tudo as qualidades interiores; persistência, determinação, auto controle e confiança. Muitos vêem no Karatê uma forma de potencializar a violência e agressividade de uma pessoa. Não se pode negar que há quem haja assim. Entretanto, a grande maioria que atinge os graus mais elevados, acaba desenvolvendo qualidades interiores admiráveis pois, como não cansamos de dizer, o Karatê ê — simultaneamente — o aprimoramento do corpo e da mente. O Karatê não se aprende em alguns anos. Não é como um curso normal acadêmico. Disse uma vez um Mestre a um discípulo ao receber a faixa preta: "O Karatê começa agora, você está em condições de começar a aprender". Não há limite de aprendizado, a arte de lutar como todas as outras artes não tem limites. Karatê não é somente um esporte, é acima de tudo uma Arte, uma Arte Marcial, onde envolve o treinamento físico, mental e espiritual, que é asimilado pelo praticante por si próprio, durante muito tempo de treino. O lutador precisa ser rápido, ágil, agressivo na hora certa e saber, o que é o principal, até onde vão seus limites. Acreditar e saber o que e quanto você pode fazer é o mais importante. Nunca temer e nem demonstrar cansaço para o adversário. Deve-se ganhar o combate com "Ki", isto é, no olhar, o olhar não pode ser morto, tem que ser penetrante. "Quem teme perder já está vencido"
Com a prática do Karatê, o atleta vai sentir ao longo dos treinamentos um maior controle sobre seus atos, seus movimentos, seu corpo. Vai adquirindo a paz interior, e poderá entrar em equilíbrio com o Universo. O praticante vai sentir na própria vida, um poder que em potencial todos temos, mas poucos conhecem: estar em harmonia. Em consequência disto, os momentos de nervosismo serão facilmente controlados, sen-timentos de inferioridade ou superioridade, e os complexos deixarão de fazer parte do praticante sério e dedicado. Nos adolescentes isso ajuda a definir com mais firmeza a personalidade ainda que em formação. Dessa forma, o Karatê, antes de aumentar a agressividade, faz com que seu praticante seja mais consciente de seus atos. O Esporte O Karatê é também um esporte. Um esporte paralelo, pois desenvolve o atleta tanto do lado direito, como do lado esquerdo. O preparo físico do Karatê desenvolve os reflexos, a velocidade, agilidade, flexibilidade, resistência e força. O lutador tem que ser ao mesmo tempo forte e veloz. Os reflexos devem ser apurados mediante treinamentos específicos. O tempo ideal de treinamento é em torno de 1 1/2 horas por dia, sendo: 30 minutos de preparação física e aquecimento, 30 minutos de fundamen-IOS e 30 minutos de aplicação. Karatê competitivo: Uma luta tem duração de 3 minutos em que um praticante deve sobrepujar o adversário mediante a aplicação de golpes previamente convencionados. É proibido acertar. Quando isto ocorre, a desclassificação é imediata. Muitas pessoas poderiam perguntar, se dois lutadores ágeis, bem desenvolvidos técnica e fisicamente, como um consegue defender e contra-atacar mais rápido que o outro. Nos Estados Unidos foi feita uma pesquisa com alguns lutadores de Karatê, que consistia em analisar as frequências cerebrais do lutador durante um combate. Filmou-se várias lutas e paralelamente obteve se o gráfico das frequências cerebrais. Notou-se que o lutador "percebia" o golpe do adversário antes mesmo de ser dado, permitindo com isto que ele tivesse condições de defender e contra atacar antes mesmo que fosse atingido pelo golpe de seu oponente. Muitos estudiosos admitem que os lutadores de Karatê, têm a facilidade de entrar na frequência cerebral em que a pessoa fica com capacidade de "perceber" essas intenções dos adversários até mesmo sem olhar di-retamente. Este é um dos objetivos da luta, sentir o golpe antes dele ser desfechado. Muitas vezes isto ocorre automaticamente, sem você perceber. O Karatê é parte integrante do Eu; desenvolvimento harmónico da mente, corpo e espírito faz sentir o ilimitado e profundo sentimento de vida, o caminho da VIDA... "Vida é movimento, um movimento infinito, não existe presente, pas-sadoefuturo, nem viver e morrer. O verdadeiro modo de vida não ideológico, mas o real, é cada minuto de nossa existência diária, onde não haja contradição, oposição ou fragmentação, em que o próprio "VIVER SEJA AÇÃO COMPLETA".